A EMPRESA
A Aspen Aerogels (NYSE:ASPN) é uma empresa de tecnologia no setor da energia e que se dedica à produção de aerogel de isolamento de alta performance, utilizado em infraestruturas de larga escala e, com destaque emergnte, na eletrificação dos transportes. A empresa foi fundada em 2001, tem sede em Northborough, Massachussetts e opera nos EUA, Europa, Ásia, Canadá e America do Sul.
A empresa opera em dois segmentos: Energia Industrial e Barreiras Térmicas. Fornece produtos como o Pyrogel e o Cryogel , utilizados em infraestruturas energéticas para insulação, proteção térmica e atenuação acústica por produtores de petróleo, refinarias e empresas petroquímicas, e o Spaceloft na exploração marítima de energia. Mais recentemente, o Pyrothin nas barreiras térmicas utilizadas em baterías de lítio para a indústria automóvel.
TESE
A Aspen é publica desde 2014. O IPO aconteceu a $11 por acção, num altura em que o mercado alvo era um nicho estimado em cerca de $3 biliões. A empresa era pequena, com receitas abaixo dos $100 milhões, e perdas substanciais que amputavam o seu crescimento. Mas esse percurso até aos dias de hoje apresenta-nos uma empresa que desenvolveu um dos melhores materiais de isolamento do mundo, o aerogel.
Este material é utilizado essencialmente no mercado industrial de energia, sendo concebido para ambentes térmicos particularmente exigentes. Entre os seus clientes estão empresas como a Exxon Mobil, Reliance Industries, PTT LNG e a Royal Dutch Shell.
A utilização do aerogel ganhou outras proporções desde 2020, com o lançamento do PyroThin, concebido para servir o mercado da mobilidade elétrica e do armazenamento de energia, que, como sabemos, está em franca expansão. O PyroThin é um isolamento térmico fino, leve, de alta temperatura e uma barreira contra fogo, projetada para mitigar a propagação da fuga térmica em várias arquiteturas de sistemas de baterias de iões de lítio.
A General Motors foi o primeiro cliente, tendo rapidamente assinado um acordo com a Aspen para o fornecidmento de barreiras térmicas para os seus sistemas de baterias de próxima geração. Continua a ser o seu maior cliente mas, desde então, esta lista tem crescido com outros fabricantes, como a Toyota (2021), Audi (2023), Scania (2023) e Honda (2024). Estas barreiras térmicas, que representavam 1% da receita em 2020, têm já um peso de 30% na top line e a expansão está ainda numa fase inicial. Considerando que o crescimento da receita neste segmento entre 3Q2022 e 3Q2023 foi de 100%, espera-se que esta expansão continue.
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A única contracorrente parece ser da Tesla, que decidiu pelo fabrico próprio, não se esperando o mesmo dos restante fabricantes, dada a complexidade da sua produção e o impato no preço final do veículo.
A ligação com outros grupos como a Volkswagen e a Toyota está também a crescer e deve fortalecer estes números. Na verdade, o mercado global para barreiras térmicas representava $1.6 biliões em 2023 mas estima-se que cresça a um CAGR de 27% para os $9 biliões em 2030. Os $65 milhões de receita da Aspen em 2023 em barreiras térmicas, uma subida de 400% face a 2022, representam 4% desse mercado. Admitindo, contra-intuitivamente, que não cresce mais que a concorrência, esse valor sobe para $365 milhões, mais de 5x o valor atual.
Esta oportunidade não invalida o crescimento do seu negócio primário na insulação industrial, um mercado que será sujeito a forte investimento, de forma global, nos próximos anos e que já supera a capacidade de produção da Aspen, que ultima os preparativos para a abertura de uma segunda unidade de produção de aerogel para 2026/27.
CRESCIMENTO E ESTRUTURA FINANCEIRA
Com a expansão do seu mercado e a aquisição de novos clientes, o momentum nos resultados financeiros da empresa começou em 2022, com um aumento de 48% da receita, para $180 milhões e com lucro bruto de $5 milhões. Esta receita cresceu 32% para $238 milhões em 2023 mas o lucro bruto subiu 1100% para $56.9 milhões. Apesar deste crescimento, os resultados operacionais continuam negativos, com um EBITDA de (-$70) em 2023 que subiu para (-$33.9) em 2023, fruto do forte investimento na sua tecnologia, sem que a dívida tenha crescido significativamente ($119 para $138 milhões).
No início de Maio deste ano, a empresa reportou um aumento de 107% nas receitas do primeiro trimestre face ao período homólogo de 2023, para $94.5 milhões, com a receita em barreiras térmicas a aumentar 400% para $65 milhões e a empresa apresentou já lucros operacionais de $2.4 milhões face ao prejuízo de $20 milhões do ano anterior, com margens em expansão para os 37%.
A empresa atualizou ainda o guidance para 2024, aumentando a expetativa de receita para $380 milhões e o EBITDA para $25 milhões. Esta recente onda de expansão levou a empresa a ajustar estas projeções de forma animadora, estimando capacidade de produção de receita para $650 milhões e EBITDA para $160 milhões assim que a segunda unidade de produção de aerogel esteja concluida.
VALORIZAÇÃO
Gostamos de empresas lucrativas. Mas temos um especial apelo por empresas a quem reconhecemos este esforço e as identificamos nesse momento histórico.
Com a oportunidade atual e futura da empresa no seu mercado, cremos que a Aspen está subvalorizada. Se considerarmos as projeções de crescimento, recentemente revistas em alta, com lucros por acção (EPS, earnings per share) projetados de $0.31, $0.67, $0.98, $1.70, $2.12, $3.17 e $3.85 de 2024 até 2030, o P/E (price-to-earnings) evolui de 97 para 7.85 no mesmo período, um valor raro em empresas em crescimento e que considera já uma receita em desaceleração para o mesmo período e que poderá subestimar ainda mais estas expetativas.
RISCOS
Vivemos num Mundo em mudança e, apesar de os números recentes mostrarem algum cooling nas tendências inflacionárias, o mercado de trabalho e o consumo ainda não estão propriamente em modo recessionário, sendo provável um cenário em que as taxas de juro vão continuar elevadas durate mais tempo. Relembremo-nos que no início de 2024 as projeções eram para 7 cortes nas taxas e, atualmente, 1 corte este ano já configura um cenário animador. Estas taxas elevadas e uma redução esperada no poder de compra e no consumo podem fragilizar as vendas das empresas que a Aspen fornece, com consequente erosão nas receitas, nos lucros e nas margens a curto e médio prazo.
CONCLUSÃO
Os mercados financeiros adiantaram-se, como é habitual, à capitalização do progresso a que assistimos na mobilidade nos últimos anos e grande parte da expansão futura está já consagrada no preço a que são negociados os grandes intervenientes. Empresas como a Tesla floresceram, mas a sua valorização continua a pressupor um crescimento elevado nos próximos anos. A nossa tarefa enquanto investidores é encontrar as melhores oportunidades nesses mercados, habitualmente em empresas menos mediáticas, mas cuja inovação tecnológica suporta o crescimento destes gigantes e que continuarão a crescer os seus lucros nos próximos anos. Para além da mobilidade elétrica, o investimento em infraestruturas relacionadas com a energia nas próximas décadas também favorecerá o crescimento de setores mais críticos da empresa, que acreditamos estar a ser negociada a preços razoáveis para a expetativa futura.
Nota: este artigo representa a opinião dos seus autores e não deve ser consideradorecomendação de investimento.